Carmo Lança

Estudo das propriedades eléctricas de filmes de quitosano e compósitos de quitosano/apatite para possíveis aplicações em implantes ósseos

A partir da quitina que se encontra, por exemplo, na carapaça de crustáceos e em fungos obtém-se o biomaterial quitosano. Este biomaterial apresenta características ideais para ser usado em aplicações médicas (não tóxico, biodegradável e biocompatível). Se o aliarmos à hidroxiapatite (HAp), também um biomaterial usado como substituto de materiais ósseos, dentes e cartilagens, podemos vir a melhorar as qualidades de biocompatibilidade e bioactividade. O objectivo é usar nanotecnologia, mais especificamente nanopartículas e electrospinning, para criar melhores revestimentos e  mais biocompatíveis. Será dada particular atenção às propriedades eléctricas uma vez que está provada a sua influência no crescimento ósseo e, por conseguinte, na biointegração do material no corpo do paciente.

Produção e caraterização de filmes finos de hidroxipatite obtidos por spin-coating para aplicação em implantes ósseos

A hidroxiapatite (HA) usada como material de revestimento de implantes ósseos e dentários devido às suas características de biocompatibilidade e ostointegração. Actualmente são usados implantes feitos de ligas de titânio revestidos com um filme de hidroxipatite. A técnica de spin-coating é usada para produzir filmes finos por evaporação a apartir de uma solução e pode ser uma boa alternativa às actuais técnicas de revestimento. Pretende-se neste trabalho produzir, caracterizar e realizar testes de bioactividade em filmes de Hap depositados por spin-coating. A polarização eléctrica influencia o crescimento ósseo, pelo que se irá polarizar os filmes e verificar se melhoram a bioactividade da HA.

Preparação e caracterização de compósitos à base de hidroxiapatite e beta-TCP para enchimento ósseo

O beta-TCP é uma apatite (fosfato de cálcio) e é usado com a hidroxiapatite (HA), outra apatite, para obter composto bifásico e produzir blocos porosos para regeneração de osso.. Pretende-se neste trabalho produzir, caracterizar e realizar testes de bioactividade de blocos porosos bifásicos. A influência da polarização eléctrica no crescimento ósseo, será estudada fazendo testes de bioactividade.

Desenvolvimento de um novo compósito à base de cortiça e fibras piezoeléctricas produzidas por electrofiação

Pretende-se optimizar o processamento de um novo material compósito de cortiça e um polímero, fluoreto de polivinilideno (PVDF) que aliem as propriedades ferroeléctricas do polímero com o conjunto de propiedades único da cortiça (bom isolante acústico e térmico, bom amortecimento vibrático, etc.). Para o material piezoeléctrico será empregue a técnica de electrofiação para obter membranas de nanofibras a serem funcionalizadas para criar boa adesão ao pó do aglomerado de cortiça. Será feito o estudo das propriedades deste material de acordo com as condições de fabrico com vista a possíveis aplicações a nível industrial. Existe a possibilidade de dar origem a uma patente.