Moreira, C., S. Lopes, and H. Rocha Dos jogos à aprendizagem. Atas do ProfMat 2015. Évora, Portugal: APM, 2015.
AbstractNeste texto apresentamos os jogos no ensino da matemática como uma forma de aprendizagem de conteúdos e não apenas como um recurso que cada professor pode usar nas suas aulas para tornar a aula diferente. Analisamos dois jogos desenvolvidos por nós e que utilizámos com alunos dos 7.º e 10.º anos de escolaridade, procurando não só apresentar os jogos, mas também aspetos da sua implementação em sala de aula, ponderando o contributo que trouxeram à aprendizagem dos alunos.
Aprender matemática depende de um grande número de variáveis, o que torna o ensino um processo complexo, pois é necessário que se desenvolva o raciocínio lógico, além de estimular o desenvolvimento das mais variadas capacidades transversais, tais como o pensamento autónomo, a criatividade, o sentido de estratégia e a capacidade de resolver problemas.
Duas das dificuldades frequentemente encontradas pelos professores passam pela falta de motivação para a aprendizagem e pelo desinteresse pela Matemática. A solução para estes problemas pode passar pela utilização de jogos para complementar o estudo, mas também para a aquisição de novos conteúdos. No entanto, apenas a implementação dos jogos não basta. O papel do professor é de extrema importância e a planificação e orientação da aula são fundamentais para que se alcancem os objetivos pretendidos.
Martinho, H., and H. Rocha A escrita matemática na resolução de um problema de geometria por alunos de licenciatura em Educação Básica [Mathematical writing in solving a geometry problem by undergraduate students in Basic Education]. EIEM. Lisboa, Portugal: SPIEM, 2017.
AbstractApesar da escrita ter, habitualmente, uma maior expressão no ensino da Matemática que a própria oralidade, os alunos não estão habituados a explicitar raciocínios e a utilizar linguagem matemática apropriada. A comunicação matemática escrita tem algumas particularidades que podem ser diretamente trabalhadas com os alunos. Por exemplo, a escrita ajuda os alunos a dar sentido à Matemática e a melhorar o próprio discurso. As produções dos alunos transportam informações para o professor contribuindo para a planificação e concretização da sua prática profissional. Assim, e apesar de frequentemente ser descurada, a escrita matemática pode ser trabalhada na sala de aula, em particular, com futuros professores. Este artigo reporta parte de uma experiência realizada com uma turma da Licenciatura em Educação Básica, tendo por base a resolução em grupo de um problema de Geometria e o registo escrito do processo de resolução elaborado pelos alunos. Pretendeu-se desta forma caraterizar a comunicação escrita dos alunos e identificar contributos desta para a compreensão por parte do professor dos conhecimentos dos alunos. A análise da escrita matemática dos alunos, tendo por base um conjunto de critérios previamente definidos, permitiu identificar a preferência destes pelo recurso à representação verbal, dificuldades em fundamentar adequadamente as respostas apresentadas e uma forte tendência para desvalorizar as abordagens prévias que não conduziram à resposta ao problema. Permitiu ainda identificar uma tendência para não explicitar o entendimento das questões que lhes eram colocadas. A forma como os conceitos matemáticos surgem nas repostas escritas permite identificar aspetos relevantes do conhecimento dos alunos.